Lúdico


Deixem-me levantar a voz
Alçar meu pensamento
Enviar para longe a última réstia de luz
E porquê
Porque Eu me pergunto
E pergunto a todos vocês
É preciso se ter assunto?
Somos obrigados a saber o que queremos?
O mundo vivo e em sã consciência
E a ira...
DEIXEM-ME TER DIREITO A ODIAR!
E a ter amor pelo que me rege.
Pode entender?
Busque aquilo que sente
E perturbe...e masturbe
Mas não se curve, e que não haja acordo!
Onde estou?
E a ciência explica
Mas não se explica
Eu tenho vontade de falar
E sei que você tem
É difícil ser livre em meio a tantos aprisionados
Há multidões que deliram
Com delírios
Daqueles que tiveram a coragem de delirar
Emprestando sua loucura
A normais...tão loucos quanto os loucos
Mas tímidos e roucos
Lógicos, metódicos, plásticos e interiormente anarquizados!
Ah!
Criatura nefasta, trepassa meu olho
E assusta
E o sexo acusa...e não se fala mais nisso!
É sem sentido
E digo
Entendeu?
Nem eu!
E não quero,
é mistério
E daí que agora
O cansaço devora
E eu devo partir
Para onde, eu não sei,
para onde sou rei
Para onde não preciso prestar conta
E o grito
É meu
E só meu!

(TEXTO ESCRITO EM 1993 QUE SERVIU DE MONÓLOGO EM UM EXPERIMENTO TEATRAL, RECITADO POR LUDMILA NASCARELLA )

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