Por Doca Soares - Anjo, óleo sobre tela -1997


Você diz, eu digo.
Nós escutamos.
Onde num vermelho céu eu vejo um lençol cobrindo eu e você.
E eu corro sem direção.
Digo coisas imcompreensíveis.
Eu corro...e digo...
Desconheço para onde vamos
Sussurrando, distraído.
Tudo se vai, flutuando por vidas que não vivem.
Vidas no inverno.
Eu deslizo e vejo você caminhar para fora
Ao encontro da noite.
Inicia o vôo, seu cabelo se agita
Como uma flâmula.
Leio a distância em teus olhos
E sinto algo fadado ao esquecimento.
Sei o que está havendo
Não serei apanhado em meu sono.
Este é dia dos mandamentos...que você ignora!
As cores choram, o vermelho e cinza de hordas cremadas.
Sensações divergem e chocam-se no escarlate/azul celeste.
Eu vejo, sem testemunhas
O desepero, tormento, a culpa, a tempestade que desola.
Onde estou é onde as fadas aprisionaram os demônios.

Comments

Rayanne said…
Tons azulados chocando-se tempestuosos com o negro das pupilas, escorrendo um vermelho amargo, cheio de saudade.

Belo, poeta, belíssimo!

**Estrelas**
meu paredro said…
mal sabe Ele que somos meros adoradores

I
-> e os adoradores sofrem porém..
Anonymous said…
mas entao peça mais uma
e fique aqui, convidado de festa, onde mora o bicho papão, onde o escuro é limpo, e o frio aconchegante.
Anonymous said…
Acho que esse foi um dos seus que mais gostei. Vou ler mais algumas vezes...

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