Pistolas de sangue


Os portais nas montanhas
Abrir-se-ão no juízo final
O mesmo juízo que presenteará os loucos
Pela crença num mundo que não crê em si
No próspero retorno
Deixemos um último adeus aos vales
E no ectoplasmático deserto
As pistolas de sangue
No fundo, a certeza
Do movimento das chamas
Em mártires sofredores que esperam a ressureição dos mortos
Olhos em silencio captados em maldade
Tentando encontrar
Os deuses que um dia choraram
Que derramaram seu pranto sobre pistolas de sangue
O verdadeiro sol há muito se pôs
Estranho
Em local estranho
Sem últimos ou primeiros
Sinta o gosto do fel
Veja os corpos desgastados
O jogo chega ao término do prazo
Milhas são metros
Nenhuma distância irá te salvar
Mil versões se descortinam
E você só pode esperar por elas
E inutilmente..rezar
Para ficar longe das pistolas de sangue!


Homenagem à Rejane, que partiu brutalmente em 2002.

Comments

Rayanne said…
A dor parece expulsar a esperança.
Que a esperança se torne um urro, não um hino.
E as mãos alternem as preces e os punhos de exigir justiça.
É o silêncio daqueles que sabem que me atordoa.

**Estrelas**

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