Batom




Eu aguardo o inicio...
Rostos me gritam
Eu tento, mas não consigo ignorá-los
São espectros que invadem meu sono
Como flores funestas emanando impositivo perfume


Eu rezei tanto para minha alma fechar-se a esses devaneios
Então
Quando sonho
São tantos diferentes tormentos
Desprotegido e em queda livre
Sinto meus punhos sangrados assassinamente


Mostre-me sorrisos chicoteados em meio ao pandemônio
Sorrisos...
Essa luz negra na qual você se escora
Para mim é apenas mais um pedaço de deserto


Eu rezei tanto para minha alma fechar-se a esses devaneios
Mas do pó emergem meus crimes
Irônicos a me encarar no espelho


Afogado num cubículo florido
O funeral adocicado em minhas narinas
Arranha-me onde eu julguei estar imune


Raízes aguardam-me famintas


Olhos convenientes esperam por lágrimas teatrais
Então
Depois da lamuria
Estarei a trafegar em seu onírico?


Quem sabe...
Eu rezei tanto para minha alma fechar-se a esses devaneios

Comments

Sandra Regina said…
Encantada com as imagens desse "batom"... escrito com cor de desejo e sabor de corte: Vermelho-forte. Beijos carmim nesse primeiro encontro, para deixar na sua face as marcas de mim!
Anonymous said…
Como alguém pode ser tão perfeito?
Anonymous said…
Se todas essas poesias são pra uma mesma mulher, ela é uma mulher de sorte. Se forem várias, são várias as sortudas. Toda mulher deveria ser amada por um poeta.

Parabéns pelo seu blog, está belíssimo.
Doca Soares said…
Cathy querida, agradeço pelas palavras, quisera toda mulher desejar isso!
Anonymous said…
Uma amiga me falou desse blog, que versos lindos, embora bastante tristes, você é um belo poeta, e concordo que toda mulher deve ser amada por um poeta, ou amar um, que a sua mulher se tiver uma sinta-se privilegiada.

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