Adeus Carne


A cômoda cheia de DVDs dispostos desorganizadamente, o aparelho pisca incessante, a maioria deles já havia sido vista, o restante jamais passaria por dentro de minha retina.
Vejo a luz solar entrando pela janela, deve estar um dia lindo, crianças devem correr pelo gramado dos parques desesperando suas mães zelozas, percebo que não sinto mais qualquer temperatura, estou entorpecido, alguns sons deixam minha boca, espero não estar dizendo nenhuma sandice, já serei devidamente condenado por meu ato, algumas lágrimas, algumas palavras de afeto, risadas e alívio em certos bastidores, e em breve o ostracismo.

Acho que estou suando, não tenho certeza, olho minha mão e o escarlate derramam-se sobre ela como uma ameba a devorar sua presa.

Esboço um sorriso enquanto meus olhos correm sobre o tênue fio de uma lâmina vermelha presa entre os dedos, sinto sono, meus reflexos parecem me abandonar, só mais um segundo de visão, presenteado por uma substância avermelhada que espalha-se rapidamente por sobre meu piso cuidadosamente encerado, ah que sujeira....
O prazer, a escuridão, o silêncio...
Estou voltando pra casa!

Comments

tico litlle said…
e quem limpara essa sujeira toda???
Anonymous said…
Tenho sentido algo sensorial, que me agrada é uma marca...detalhes me fazem olhar com seus olhos, agradável, mas ainda é apenas uma amostragem...logo terás mais...

kisses

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